A Mostra Lanterninha promove sessões de cinema em 4 bairros de Salvador e três localidades do recôncanvo baiano. A escola aberta vira um cinema no final de semana e recebe seus vizinhos com uma programação de 15 filmes, debates com cineastas e atores, oficinas de video de animação para crianças. A Mostra Lanterninha é a primeira experiência profissional de dezenas de jovens cineclubistas formados pelo projeto. Compareça e faça parte desse movimento!!!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Grande noite da mostra - Colégio Anísio Teixeira





A noite de sexta-feira no Colégio Estadual Anísio Teixera foi cinema, educação, diversão e arte para a comunidade da Caixa D´agua onde tudo contribuiu para uma noite inesquecível para quem assistiu as exibições e para os que trabalharam.
Logo no começo da tarde os monitores da Mostra Lanterninha chegaram cedo para a preparação da Mostra, mesmo com muito trabalho, observa-se euforia e alegria nos rostos dos cineclubistas. Havia um medo de que o auditório não ficasse lotado por ser a noite e por haver aula no colégio.
Daiane, a produtora, conseguiu convencer os professores a deixarem seus alunos assistir aos filmes, os estudantes logo ficaram interessados e se dirigiram para a sessão, já a sessão para crianças que foi tão importante para o colégio Renan Baleeiro não recebeu crianças deixando toda concentração para as atrações principais os curtas Fugindo do Problema, Vale Tudo Pela Audiência? E o longa-metragem Estranhos (sinopses aqui blog da Mostra Lanterninha) .
Ao entrarem no auditório o público recebia uma deliciosa pipoca deixando o filme mais prazeroso e, logo no começo da sessão, ficou claro a atenção dos expectadores inclusive nos curtas, as pessoas ficaram admiradas com abordagem atual que era passada. No filme Estranhos notou-se um interesse e no decorrer do filme, teve-se uma interação pouca vista, olhos atentos não piscavam em cada cena que era passada, me arrisco até a dizer que ficaram surpreendidas com as locações do filme (gravado totalmente em Salvador), com uma linguagem coloquial bem baiana e um retrato bastante fiel de sua realidade. Ao término do filme vimos a sala cheia sendo assim também no debate. Com o diretor Paulo Alcântara de Estanhos e Jonatas de Sousa do Vale Tudo Pela Audência? Notamos o interesse do pessoal perguntando aos diretores curiosidades dos filmes e as dificuldades de exibição deles e, ao fim distribuimos ingressos para os cinemas da rede UCI, uma parceria com a Mostra.
Quando acabou, percebemos que nossa função não é só exibir filmes para quem não têm condições de ir ao cinema, o que fazemos é integração social, ensinando de forma concisa e inovadora, mesmo com tanto trabalho, vale a pena ver declarações do tipo “eu precisava ver este filme” ou ver Dona Adalgisa e Carla Cristina que mesmo com o fim dos trabalhos parabenizar e ainda perguntar mais sobre os filmes. Mesmo com todas as dificuldades é emocionante visualizar pessoas felizes em ter uma noite diferente é o maior prêmio de toda equipe e concluo com a frase de Glugiermo Ferrero “A cultura ajuda um povo a lutar com as palavras, em vez de o fazer com as armas”.
Mostra Lanterninha
Cinema, educação, diversão e arte para sua cominidade

Por Jônatas Souza

sábado, 28 de maio de 2011

Entrevista com Paulo Alcântara



Entrevista com Paulo Alcântara


A Mostra Lanterninha exibiu Estranhos, filme inédito que só vai para o cinema no fim do ano,
e de quebra trouxe o diretor do filme, Paulo Alcântara para um bate papo. Após o fim do debate, 
os monitores Jonatas e Jailton fizeram uma pequena entrevista com ele:

Monitores: Gostaria de parabenizá-lo pelo grande filme e perguntar o que você achou da
Mostra Lanterninha.

Paulo Alcântara: Muito obrigado pelo elogio e respondendo sua pergunta, eu achei uma ótima
iniciativa, promovendo diversão e inclusão social para pessoas que não podem ir ao cinema,
amei participar da Mostra Lanterninha.

Mn: Uma escolha sua, foi retratar outra realidade de Salvador no filme. Por que esta escolha?

P.A: Seria muita hipocrisia minha não retratar esta realidade, porque além de tudo
também é a minha realidade, por isso minha escolha.

Mn: Você mesmo sabe que ainda resiste um preconceito com o cinema nacional, dizendo que
filme brasileiro só tem sexo e violência, e o senhor toca no em dois pontos polêmicos, o beijo
gay e uma cena de nudez. Por que mostrar essas temáticas no seu filme?

P.A: O que eu passei no meu filme, não é nada que eles não tenham visto na televisão, a
gente tem que acabar com esta hipocrisia que impera no Brasil, e além do mais esta é nossa
realidade, a violência nas ruas e contra a mulher.

Mn: Uma pessoa que assistiu a seu filme e quer ingressar na área do cinema o que ela deve
fazer?

P.A: Primeiramente ele deve estudar muito, eu tenho 15 anos no cinema e ainda estou no
começo, deve-se ler, saber o que está se passando, por que mesmo eu com 15 de anos de
cinema sempre estou estudando. Com dedicação e perseverança  é possível realizar seu
desejo.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A estréia


No final de semana de 20, 21 e 22 de maio, iniciamos com chave de ouro as atividades da Mostra Lanterninha. O colégio escolhido para a estréia, não poderia ter sido outro senão o Renan Baleeiro, situado em Águas Claras. Faz mais de 1 ano e meio que entramos pela primeira vez neste colégio, através do Projeto Lanterninha, com o objetivo de formar um cineclube gerido por professores e alunos. O objetivo foi alcançado com sucesso, graças à abertura que encontramos no corpo diretivo da escola (que mais que parceiros de trabalhos, viraram companheiros de sonhos ), ao empenho da equipe do projeto (especialmente Daiane Silva), e principalmente, ao grande desejo do grupo de alunos que se juntou a nós, de sonhar e transformar a realidade do seu bairro.

Pois nesse final de semana, tanto tempo depois do término do Projeto Lanterninha, a semente que deixamos mais uma vez se ramificou através do novo projeto idealizado para dar suporte a alguns cineclubes formados por estudantes que acumulavam potência mas ainda não sabiam direcionar suas ações para a comunidade. Tinha chegado a hora da Mostra Lanterninha, um projeto novo, com novos anseios, novas dificuldades, novos horizontes. De uma maneira inédita, abrimos a escola para uma programação contínua de filmes brasileiros, com a presença de debatedores e oficinas de video de animação para crianças. Tudo construído em parceria com os cineclubistas para que no grande momento eles pudessem estar à frente de tudo. A comunidade aos poucos foi reconhecendo a escola como um espaço cultural aberto e receptivo. Fomos muito bem recebidos na comunidade de Águas Claras. As crianças tomaram conta dos espaços, ampliamos o número de sessões para dar conta da demanda.Dentro da equipe, tudo correu muito bem. Foi um final de semana de muito trabalho, e mais 4 finais de semana virão pela frente. Foi muito emocionante ver o nosso grupo tão unido, feliz, trabalhando em torno de algo em que todos fizeram acontecer. A expectativa de que as salas de projeção enchessem não era tão grande quanto a felicidade de ver as pessoas lotando as salas, participando de debates, ver dezenas de crianças em volta de seu Juarez aguardando a pipoca quentinha da sessão.

O objetivo da Mostra é de levar mais beleza, cultura e arte para a vida de algumas pessoas, daquelas que se dispõem a estar algumas horas conosco. Enquando a mostra acontecia, percebi que era em nós que se operava uma modificação.

Construir um sonho coletivamente, cedendo espaço ao outro, aprendendo coisas novas, faz com que em nós se transforme algo muito precioso. Aprendemos a olhar o mundo com novos olhos, com mais amor. Foi isso que os cineclubistas da Mostra Lanterninha me ensinaram nesse final de semana. Sei que ainda há muito que aprender. Nossa próxima parada: Colégio Anísio Teixeira, no bairro da Caixa d’Água.

Por Tenille Bezerra

domingo, 22 de maio de 2011

Domingo no bairro


Foto Filhos de João


A nossa experiência de sábado nos mostrou que é importante ter sessões duplas: para os pais e para os filhos. E foi isso que fizemos! Já no sábado mesmo, enquanto os pais assistiam a Um Lugar ao Sol as crianças assistiam a As Aventuras de Gui e Estopa. No domingo a programação continua.




Caçadores de Saci_ de Sofia Federico/ Domingo: 9:35 hs – 19 minutos
A chacará da pacata família de Onofre vem sendo assombrada por saci: a pipoca não arrebenta, o ovo não choca, o leite sempre azeda, o feijão vive queimando na panela, entre outros estranhos acontecimentos. Para resgatar a tranquilidade da casa, Onofre resolve contratar os serviços de Valdevino, o maior caçador de sacis do sertão.

Pro Dia Nascer Feliz_ de João Jardim/ Domingo: 10:10 hs – 90 minutos
As situações que o adolescente brasileiro enfrenta na escola, envolvendo preconceito, precariedade, violência e esperança. Adolescentes de 3 estados, de classes sociais distintas, falam de suas vidas na escola, seus projetos e inquietações.

Cega seca_ de Sofia Federico / Domingo: 14:10 hs – 19 minutos
Um sertanejo sustenta a família vendendo pássaros cantores, num povoado do interior baiano dizimado pela seca.

Miúda e o guarda-chuva_ de Amadeu Alban e Jorge Alencar / Domingo: 14:40 hs – 15 min
Miúda alimenta sua planta carnívora com formigas. Estas arquitetam um plano secreto cheio de fatos extraordinários, guarda-chuvas e muita poesia. Em uma atmosfera minimalista, que oscila entre melancolia e humor, a animação escolhe a ambiguidade para falar sobre temas como afeto, solidão e transformação.

Tapete Vermelho_ de Luiz Alberto Pereira / Domingo: 15 hs – 90 minutos
Quinzinho (Matheus Nachtergaele) mora em uma roça bem distante de qualquer cidade grande. Decidido a cumprir uma promessa, ele decide levar seu filho Neco (Vinícius Miranda), de 9 anos, para assistir a um filme estrelado por Mazzaropi em uma sala de cinema, assim como fez seu pai quando era garoto. Desejando cumprir a promessa a qualquer custo, Quinzinho, sua esposa Zulmira (Gorete Milagres), Neco e o burro Policarpo viajam pelas cidades em busca de um cinema que possa exibir o filme.

Recife Frio_ de Kleber Mendonça Filho/ Domingo: 17:40 hs – 15 minutos
Como seria a cidade do Recife se de repente ela deixasse de ser uma cidade tropical e a temperatura beirasse zero grau? Brinca com seus habitantes, seus hábitos, seu cotidiano e, sobretudo, com sua arquitetura, esboçando uma defesa de suas construções e de seu traçado que vem sendo paulatinamente devastado pela especulação imobiliária. Ironiza também as relações sociais estabelecidas e as imagens estereotipadas com o qual Recife é vendida pelo mundo afora.

Filhos de João, Admirável Mundo Novo Baiano_ de Henrique Dantas/ Domingo: 18:10 hs – 09 minutos
Um panorama da música popular brasileira dos anos 60 e 70 através do grupo musical Novos Baianos. Uma retrospectiva do estilo de vida comunitário adotado por seus integrantes e a influência sofrida pelo grupo do cantor João Gilberto.




quinta-feira, 19 de maio de 2011

Estreia com pé direito

Na sexta no Renan Baleeiro começou a Mostra Lanterninha com os curtas-metragem Vale tudo pela audiência?, Fugindo do Problema e o filme principal Estranhos.
Com muita pipoca, alegria e curiosidade as pessoas se dirigiam para as salas onde seriam exibidos os filmes. Todos os expectadores assistiram aos filmes com uma atenção e no decorrer do longa metragem vimos a empatia de Estranhos com o público. A cada cena o público reagia de forma positiva, inclusive nas cenas mais polêmicas, como o beijo gay. No final da sessão o diretor do filme Paulo Alcântara participou do debate com os expectadores, ouvindo suas opiniões e duvidas. Ainda tivemos a presença da equipe da TVE que entrevistou os produtores da Mostra. Ao final, com o sucesso da noite de sexta ficou claro a aprovação da Mostra Lanterninha no bairro de Águas Claras promentando salas cheias, no sábado e no domingo.

Confiram a sessão de sábado:

Manhã: das 09 às 12 hs
Maré Capoeira: História bem contada (15 min)
Muita gente afirma que a nossa cultura não é tratada nos filmes nacionais, mas esta declaração é desmentida com o curta-metragem Maré Capoeira. O filme conta a história de João, conhecido por Maré, menino que sonha em ser mestre de capoeira. O filme se concentra em uma roda de capoeira, onde o próprio protagonista conta a história da copeira. A trilha sonora é um dos aspectos primordiais para esta produção audiovisual, com uma linguagem local e infantil. Paola Leblanc ainda brinca com produções antigas como o filme Barravento de Glauber Rocha para mostrar uma lenda da Capoeira, Besouro Preto. A fotografia é um elemento muito importante, principalmente quando João e Tatui estão na praia, a cena é impressionante. Boa pedida para os que querem que as nossas crianças valorizem a nossa cultura. Maré Capoeira além de ser um filme educativo é bem feito e carrega uma linda mensagem de inclusão social e amor.
As aventuras de Gui e Estopa: Aprendizagem e Diversão (90 min)
Muitas crianças perguntam pros pais como é feito um desenho animado. Quando uma criança se delicia com um desenho não sabe o quão é trabalhoso produzi-lo, por isso a diretora Mariana Caltabiano mostra de forma divertida este processo. No filme, os Produtores Relex (os artistas) explicam para seu Stress (Investidor “pão duro”) cada processo da realização de um filme de animação, desde o roteiro até o lançamento nos cinemas. Nestas explicações acontecem ações engraçadas que fazem até os adultos se entreterem fazendo da animação um filme bastante interessante. Depois de esclarecer cada departamento eles passam um episódio do desenho que estão criando: Gui e Estopa. Ao final do filme, Mariana Caltabiano consegue chegar ao seu objetivo: ensinar os percalços da realização de um desenho animado e ao mesmo tempo diverte as crianças.

Tarde: das 14 às 17 hs
Carreto: Bela Mensagem
Sabe aqueles filmes que apesar de curto, edifica e diverte mais que vários longas-metragens exibidos nas salas de cinema, este é o caso de Carreto. Tinho conhece Stéphani e uma bela amizade se inicia, mesmo ela sendo paralítica. O roteiro apesar de simples consegue deixar a historia coesa e atraente. Os atores mirins deixam o filme ainda mais emocionante, as locações do filme contribuem e a sua mensagem é de fazer qualquer marmanjo chorar. Comovente, belo e com uma linda lição, Carreto mereceu a premiação de melhor Curta-Metragem ao lado de Haru Ohara no Festival de Gramado.

Um Lugar ao Sol: Um filme polêmico em todas as esferas
Um lugar ao Sol é um filme que crítica a rede imobiliária e a elite brasileira simbolizada pelos moradores de cobertura. O documentário vai do pressuposto de entrevistar pessoas que moram emcoberturas a partir de um curioso livro que mapeia a elite brasileira, neste livro foram contactadas 125 pessoas, mas só 8 concederam a entrevista.
O documentário tenta ser renovador por retratar a elite brasileira, pouco vista no cinema nacional que ainda prefere abordar preferencialmente a classe menos favorecida da sociedade. Com uso de uma câmera, o diretor vai à casa dos moradores de cobertura fazer as entrevistas. Então começa um show de afirmações bizarras e autoritárias que trazem indignação só de ouvir, como na parte em que um dos moradores dizem “nos aviões, há a primeira classe e a segunda é a senzala”. O filme já se torna polêmico por esse tipo de declarações que nos faz refetir sobre a elite que rege o nosso Brasil, , mas o que tem que se relevar sobre o filme é a ética do diretor Gabriel Mascaro, por nos trazer muitas duvidas, por exemplo, como os moradores tinham tais afirmações? Por que apareceram poucas perguntas feitas pelo diretor? Sendo que é um filme que critica essa tal elite brasileira, será mesmo que eles são a elite propriamente dita? E a mais importante, será que eles representam a elite brasileira? No filme temos 8 entrevistados que não sabemos a profissão ou como conseguiram chegar a sua condição de morador de cobertura. Os entrevistados até com certa ingenuidade disseram declarações absurdas, mas não pensando no efeito no futuro e ainda tendo alguns que se identificaram com o documentário como o próprio diretor Gabriel Mascaro declarou “dois entrevistados ligaram para mim dizendo que o filme é muito bom e que eu teria um grande futuro no cinema”.
Outro ponto importante é a critica que o filme faz a especulação imobiliária. O diretor filma à noite e Recife, vista do alto, mostra a invasão dos grandes prédios de apartamentos, principalmente na área litorânea. Outro importante ponto é que logo no inicio do filme se observa o guindaste subindo, um ponto bem usado pelo diretor. Talvez o Gabriel Mascaro tenha se inspirado em Michael Moore onde ele vai à procura do que lhe interessa, mas com diferenças: Michael Moore apresenta as perguntas e mostra a defesa de quem ou o que ele crítica (mesmo que seja cínico).
É um filme para ser visto e refletido sobre a invasão imobiliária e a classe mais favorecida financeiramente no Brasil onde há desigualdade social e está para cada um vê, é só abrir os olhos e enxergar, mas sabendo que o filme é uma visão muito bem nítida e persuasiva do diretor. Por ser polêmico é um bom filme para um debate com o público.

Tarde: das 14 às 17 hs
Mulher Biônica: Mulher Contemporânea (19 min)
Mulher Biônica tem como premissa a nova mulher contemporânea, que desempenha vários papeis na sociedade. Com uma linguagem coloquial cheia de sotaque cearense, o filme é baseado no conto de Caio Fernando Abreu e mostra personagens do cotidiano de Fortaleza em situações que acontecem na vida de muitas mulheres, exibindo de forma crua a nova vida feminina deste século. Curta reflexivo, pensante e até de certo ponto, principalmente para os tradicionais, chocante. É uma boa pedida analisar a mulher do século XXI.
Quincas Berro D´água: Diversão garantida.
Quincas Berro D'agua é uma adptação ao livro homônimo de Jorge Amado que conta a historia de Quincas, que saiu de sua vida segura e tranquila porém sem muita alegria para viver uma vida cheia de aventuras, bebidas, malandragem e amigos marginais. Ao falecer, sua familia com vergonha que descubressem a verdadeira história de Quincas, resolveram enterrar de forma tradicional só que seus amigos roubam o corpo para sua última noite de farra.
Alguns livros de Jorge Amado já viraram filmes, como Tieta do Agreste e Dona Flor e seus Dois Maridos, sendo o mais novo Quincas Berro D'agua. Cenas super engraçadas dão o tom do filme, como na parte em que os amigos querem escapar da prisão com o corpo de Quincas. A narrativa é dinâmica e o término do filme com um pouco mais de 90 minutos é uma escolha acertada (filmes de duas horas de duração geralmente se arrastam). Roteiro bem estrurado com uma liguagem bem coloquial e mostrando um pouco da cultura baiana. Direção concisa, a direção de fotografia conseguiu muito bem captar a imagem à noite . Os atores globais como Mariane Ximenes, filha de quincas, Marieta Severo como mulher de Quincas além de atores bainos participantes de outros filmes como Ó Pai Ó fazem boas atuações, mas Paulo José com toda sua experiência dar o ar da graça com uma ótima atuação cinematográfica.
Apesar do filme ser comédia, podemos ter várias reflexões sobre a vida e o que verdadeiramente importa para ser feliz. Ótima pedida para aqueles que gostam de dar boas risadas, que querem se divertir. Quincas Berro D'agua é tempo adquirido.

Mostra Lanterninha, é hoje!!!

O Colégio Estadual Renam Baleeiro recebe nessa sexta 20 de maio a partir das 19 hs os seus vizinhos para a exibição de dois curtas e um longa metragem, todos baianos, e em seguida traz os diretores dos filmes para um bate papo com a comunidade.



Endereço da escola: Km 10, BR 324, Loteamento Nogueira, s/n, Águas Claras (prx. ao mercado Ridan).

Sessão de sexta: Estranhos (90 min), Vale Tudo Pela Audiência? (13min) e Fugindo de Problema (5min)

Nessa sexta, o público da Mostra Lanterninha vai conferir três filmes realizados aqui na Bahia. O carro chefe da noite é o Longa Metragem Estranhos, filme que ainda não foi lançado nos cinemas e que chega em primeira mão para a comunidade de Águas Claras. Confiram as resenhas dos filmes!

Por Jônatas



ESTRANHOS: Realidade e Polêmica

No longa-metragem Estranhos, o expectador acaba notando uma mescla de narrativa clássica, um roteiro simples que mostra a realidade periférica com uma dose picante de polêmica. Com uma história bastante recorrente no cinema, o filme Estranhos merece toda a atenção.
Estranhos conta a histórias de cinco relações amorosas no mínimo curiosas. O personagem principal, interpretado com primazia por Jackson Costa (apresentador do programa Aprovado), traz ao filme um humor com um toque cômico e não podemos deixar de notar os outros atores, na maioria baianos, que também fazem bonito. A sua narrativa clássica, com um roteiro simplificado, dá o tom do filme com cenas dinâmicas que se desenvolvem de forma natural e concisa. As imagens gravadas do alto mostram como é a localização geográfica de quem mora nas periferias. Aliás, esse é outro aspecto a ser visto no filme, sempre gravado em locais onde o público em geral é da classe D como as palafitas e a Estação da Lapa. A linguagem coloquial merece outra atenção como também o figurino, que tenta retratar a realidade e o cotidiano (como na cena em que duas mulheres dançam pagode baiano) de quem é soteropolitano, com pouca condição financeira, alimentando diálogos cada vez mais pertinentes.
Além destas características, o filme é polêmico por mostrar tabus que não se viam geralmente na mídia audiovisiva, como a cena de um beijo homosexual. O filme reforça ainda uma polêmica até hoje debatida que é a visão de que o cinema nacional só exibe sexo e violência, podendo ser um ponto de reflexão, a serem debatidos.
Apesar do final ser meio confuso, Estranhos pode nos trazer pensamentos, dúvidas, reflexões, polêmicas internas e externas, mas ele confirma que o cinema baiano pode fazer obras cinematográficas de boa qualidade.



VALE TUDO PELA AUDIÊNCIA?
O curta metragem produzido na Oficina de vídeo documentário do Lanterninha foi realizado por cineclubistas do projeto tem como proposta questionar se vale tudo pela audiência. O filme tem como base os programas mais vistos pela população baiana como Se Liga Bocão que tem como temática notícias sensacionalistas. O filme não quer responder a pergunta central do título e sim causar uma reflexão na população que assiste a estes programas. O curta, que foi filmado a primeira parte no Colégio Estadual Manoel Devoto, mescla opiniões contrárias e a favor dos programas com diferentes pessoas ligadas à educação, como estudantes, professores, funcionários e até líder sindical. Na segunda parte, na Praça Iguatemi, continua o mesmo estilo, sempre questionando as pessoas que passam no local, o motivo que as faz assistir a estes programas. O diretor confirma que tentou, mas não conseguiu falar com ninguém da produção dos programas mencionados. O filme ainda mostra pequenos flashes do programa Na Mira (ainda com Uziel Bueno) e pequenos momentos de como foi filmado o curta e a fala dos cineclubistas durante a construção do roteiro. Quando acabamos de ver o filme sobre nós nascem várias reflexões, mas sobretudo a certeza de que mesmo que os realizadores sejam inexperientes no mundo do cinema temos a convicção de ter assistido a um bom filme.

FUGINDO DO PROBLEMA : curta respeitável
Fugindo do problema conta a historia de dois alunos, um que esqueceu algum objeto em casa e outro que estava esperando por um estudante que estava com sua “parada” tudo parece que os dois estão interligados e cada momento que passa, tudo se resumi para isso. Atuação de Madruga que faz o aluno mal humorado deixa o filme bastante engraçado, as cenas que se sucedem tem bastante humor, apesar de algumas falhas estruturais o filme consegui surpreender. Não são profissionais mas fizeram um curta respeitavel, não é uma obra prima mas sua mensagem é bem captada valendo muito a pena assistir Fugindo do Problema.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Depoimento de Jônatas de Souza, cineclubista e estagiário Lanterninha


O projeto Lanterninha busca a valorização do cinema nacional, mas principalmente a formação pessoal dos jovens envolvidos a partir da leitura crítica dos filmes. Quando fui apresentado ao Lanterninha pela primeira vez no ano de 2008 ele acontecia na Escola Parque ( Centro Educacional Carneiro Ribeiro) onde estava em cartaz o filme Pro Dia Nascer Feliz. Logo na entrada do auditório recebia uma pipoca “assistir filme e ganhar um pipoca de graça, que massa!”, pensei. Com o passar do filme, fui me identificando com o documentário, nunca pensei que um filme pudesse mostrar a realidade da educação brasileira, me sentia como aqueles estudantes que sofrem por estudar em escola pública e via ainda uma outra realidade, a de estudantes de escolas privadas. Ao terminar o filme, aplaudi não só o longa, mas também o projeto por proporcionar um momento único para mim e ainda teve um debate com o umas das estudantes que estiveram no filme, aquele dia foi simplesmente magnífico!
No ano seguinte, novamente encontrei-me com o Projeto Lanterninha no colégio Estadual Anisio Teixera, o projeto estava lá para recrutar novos alunos e eu acabei ingressando. Já nos primeiros dias de reunião eu acabei encontrando o que procurava há muito tempo: mostrar minhas opiniões, ideologias e crenças sem sofrer alguma retaliação, ou isolamento. Lá eu podia demonstrá-las sem sofrer nenhum preconceito, finalmente podia desenvolver meu raciocínio e pensamento crítico. Muito disso por causa dos debates que ocorriam com um tema determinado a partir do filme mostrado. No meio do ano, começaria um momento importante e decisivo na minha vida: o projeto oferecia uma oficina de vídeo e lá acabei escolhendo a turma que iria fazer documentário (muito por causa do filme Pro Dia Nascer Feliz) sendo que a outra opção era a turma de ficção. No começo estava meio acuado e acabei encontrando pessoas diferentes, mas bem respeitadoras, nunca tinha estado em um grupo tão unido. Eu percebi que no filme eu podia lutar pelo que acreditava e tinha um tema que me incomodava, os programas sensacionalistas e com bons argumentos pude defender minha idéia sendo que todos concordaram. Acabei sendo escolhido como diretor do documentário “meu Deus que desafio”, pensei, mas saiu tudo prazeroso e harmonioso, é claro que logo notei que fazer um filme é bastante trabahoso e complexo, se um departamento falhar como o caso da produção pode comprometer todo um filme, mesmo assim tinha encontrado pessoas que nunca esquecerei como Jessica e Leandro, tendo achado uma profissão para fazer em minha vida: ser um cineasta e jornalista “uau que 15 dias alucinantes mas inesquecíveis!”. Depois do oficina ainda tivemos outros bons momentos, conversamos com o ator do filme O besouro e na semana seguinte o nossos filmes (o outro da oficina de ficção chamava Fugindo do Problema) sendo passado no Espaço Unibanco Glauber Rocha, no cinema!!! Que gratificante esse momento em minha vida.
Resumindo, cada momento que passei com o Lanterninha adquiri conhecimento que me ajudou a passar no ENEM que em consequência me fez ser selecionado pelo PROUNI, consegui experiência profissional que me ajudou no Festival de Escolas Públicas em Salvador onde eu e mais outros alunos que estudavam no colégio estadual Landulfo Alves e que faziam parte do Projeto Lanterninha participamos, eu de novo fiquei como diretor, e fizemos um dos melhores filmes do festival. Aprendi a valorizar a cultura e as produções nacionais, mas sobretudo aprendi que a ser mais humanista, menos preconceituoso, a lutar pelo meus direitos, ser mais responsável e respeitar as diferenças de outros indivíduos, sabe o Projeto Lanterninha está arraigado no meu coração, com seus valores sociais, a sabedoria de seus coordenadores. Projeto Lanterninha é cinema, educação, diversão e arte para a vida de quem participa.

1º dia de divulgação no bairro de Águas Claras

Ontem, o Lanterninha teve a certeza de que os frutos de um trabalho de três anos está amadurecido. Ontem, ocorreu a primeira ação de divulgação da Mostra Lanterninha dentro da comunidade de Águas Claras, no entorno do Colégio Estadual Renam Baleeiro e do Cineclube Epidemia. A equipe de coordenadores mais os monitores da Mostra Lanterninha saíram pelas ruas do bairro junto com um carro de som panfletando e conversando com a população, convidando-os para participar da Mostra Lanterninha a ser realizada no próximo final de semana na comunidade. A corda de amarelos, por causa da cor da camisa, chamou a atenção e os moradores se mostraram interessados em comparecer. A estratégia da Mostra para chamar o público: faixas de rua, carro de som, panfletagem na rua, em escolas, igrejas, mercados, bares e campos de futebol. Estratégia para ganhar o público: bons filmes, todos brasileiros, com temáticas variadas para crianças, jovens e adultos, oficina de vídeo para criança, debate com cineastas e atores dos filmes, pipoca, distribuição de convites para assistir filmes que estão em cartaz no cinema comercial. Primeira semente plantada para que haja em breve uma conexão e um maior dialogo entre a comunidade e a escola através do cinema. E para isso nada melhor do que jovens estudantes, moradores do bairro e cineclubistas para transformar a escola num espaço de cultura, diversão e arte.

Clique aqui e assista ao vídeo!


segunda-feira, 9 de maio de 2011

Confira a nossa programação!!!

SEXTA-FEIRA
19:30 Fugindo do Problema / Vale tudo pela audiência? / 18min
19:50 Estranhos / 90 min
*Debate com Paulo Alcântara (diretor do filme)

SÁBADO
9:00 às 17:00 -Oficina de video de animação para as crianças

9:00 Maré Capoeira / 15 min
9:30 As Aventuras de Gui e Estopa / 90 min
14:00 A Mulher Biônica / 19 min
14:30 Carreto /15 min
15:00 Um lugar ao sol / 90 min
18:00 Dez Centavos/ 15 min
18:30 Quincas Berro D'Água / 102min
* Debate com Maria Menezes (a confirmar)


DOMINGO
9:30 Videos produzidos na Oficina de Animação
9:35 Caçadores de Saci /19 min
10:10 Pro Dia Nascer Feliz / 90 min
14:00 Videos produzidos na Oficina de Animação
14:10 Cega Seca / 19 min
14:40 Miúda e o guarda-chuva /15 min
15:00 Tapete Vermelho /90 min

17:30 Videos produzidos na Oficina de Animação
17:40 Recife Frio/15 min
18:10 Filhos de João /90 min
* Debate com Henrique Dantas (diretor do filme)


quinta-feira, 5 de maio de 2011

Sinopses dos filmes da Mostra Lanterninha








Estranhos_ de Paulo Alcântara / Sexta-feira: 20:00hs - 90 minutos
Um músico de rua, uma ex-prostitura e seu marido ciumento, dois ladrões, duas crianças e uma professora. Todos estranhos, todos no mesmo lugar. Com roteiro baseado no romance Extraños, de Santiago Roncagliolo, adaptado para o cinema brasileiro por Carla Guimarães.

Maré capoeira_ de Paola Leblanc / Sábado: 09:15 hs - 15 min
Maré é o apelido de João, um menino de dez anos que sonha ser mestre de capoeira como seu pai, dando continuidade a uma tradição familiar que atravessa várias gerações. O curta mistura ficção e documentário para contar uma pequena história de amor e guerra.

As aventuras de Gui e Estopa_ de Mariana Caltabiano / Sábado: 9:30 hs - 90 min
Stress e Relax são cachorros, sendo que o primeiro apenas pensa em dinheiro e o segundo tem espírito de artista. Eles são produtores independentes, que decidem fazer uma série de animação chamada "As Aventuras de Gui & Estopa". Ao longo do processo eles aprendem os percalços da realização de um desenho animado, desde o roteiro até seu lançamento nas salas de cinema.

Mulher Biônica_ de Armando PraçaSábado: 14:15 hs - 19 minutos
Marta administra com mãos de ferro a sempre confusa rotina de casa. Para manter tudo sobre controle, costuma dizer que é preciso ser sobre-humana, uma espécie de mulher biônica. A banalidade do dia-a-dia revela, aos poucos, dramas familiares e rachaduras no cotidiano da personagem.

Carreto_ de Cláudio Marques e Marília HughesSábado: 14:35 hs - 15 minutos
Tinho conhece Stéphanie. Uma amizade se inicia. Filme vencedor do Prêmio de Melhor Curta em 35mm no Festival de Gramado 2010 (dividido com Haruo Ohara, de Rodrigo Grota)

Um lugar ao sol_ de Gabriel Mascaro / Sábado: 15:00 hs - 90 minutos
O documentário aborda o universo dos moradores de coberturas de prédio das cidades de Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. O diretor obteve acesso aos moradores das coberturas através de um curioso livro que mapeia a elite e pessoas influentes da sociedade brasileira. No livro são catalogados 125 donos de cobertura. Destes 125, apenas 09 cederam entrevistas. Através dos depoimentos dos moradores de cobertura, o filme traz um rico debate sobre desejo, visibilidade, insegurança, status e poder, e constrói um discurso sensorial sobre o paradigma arquitetônico e social brasileiro.

Dez centavos_ de Cesar Fernando de Oliveira / Sábado: 18:00 hs - 15 minutos
Um dia na vida de um garoto que mora no subúrbio ferroviário de Salvador e trabalha como guardador de carros no centro histórico.

Quincas Berro D´agua_ de Sérgio Machado / Sábado: 18:30 hs – 102 minutos
Salvador. Quincas (Paulo José) é um funcionário público cansado da vida que leva. Um dia ele resolve deixar sua família de lado e cair na farra, ganhando fama como Quincas Berro D'Água, o rei dos vagabundos. Quando ele é encontrado morto em seu quarto, sua família resolve apagar os vestígios de sua fase arruaceira e lhe dar um enterro respeitável. Só que seus amigos surgem no local e decidem levá-lo para uma última farra.

Caçadores de Saci_ de Sofia Federico/ Domingo: 9:35 hs – 19 minutos
A chacará da pacata família de Onofre vem sendo assombrada por saci: a pipoca não arrebenta, o ovo não choca, o leite sempre azeda, o feijão vive queimando na panela, entre outros estranhos acontecimentos. Para resgatar a tranquilidade da casa, Onofre resolve contratar os serviços de Valdevino, o maior caçador de sacis do sertão.

Pro Dia Nascer Feliz_ de João Jardim/ Domingo: 10:10 hs – 90 minutos
As situações que o adolescente brasileiro enfrenta na escola, envolvendo preconceito, precariedade, violência e esperança. Adolescentes de 3 estados, de classes sociais distintas, falam de suas vidas na escola, seus projetos e inquietações.

Cega seca_ de Sofia Federico / Domingo: 14:10 hs – 19 minutos
Um sertanejo sustenta a família vendendo pássaros cantores, num povoado do interior baiano dizimado pela seca.

Miúda e o guarda-chuva_ de Amadeu Alban e Jorge Alencar / Domingo: 14:40 hs – 15 min
Miúda alimenta sua planta carnívora com formigas. Estas arquitetam um plano secreto cheio de fatos extraordinários, guarda-chuvas e muita poesia. Em uma atmosfera minimalista, que oscila entre melancolia e humor, a animação escolhe a ambiguidade para falar sobre temas como afeto, solidão e transformação.

Tapete Vermelho_ de Luiz Alberto Pereira / Domingo: 15 hs – 90 minutos
Quinzinho (Matheus Nachtergaele) mora em uma roça bem distante de qualquer cidade grande. Decidido a cumprir uma promessa, ele decide levar seu filho Neco (Vinícius Miranda), de 9 anos, para assistir a um filme estrelado por Mazzaropi em uma sala de cinema, assim como fez seu pai quando era garoto. Desejando cumprir a promessa a qualquer custo, Quinzinho, sua esposa Zulmira (Gorete Milagres), Neco e o burro Policarpo viajam pelas cidades em busca de um cinema que possa exibir o filme.

Recife Frio_ de Kleber Mendonça Filho/ Domingo: 17:40 hs – 15 minutos
Como seria a cidade do Recife se de repente ela deixasse de ser uma cidade tropical e a temperatura beirasse zero grau? Brinca com seus habitantes, seus hábitos, seu cotidiano e, sobretudo, com sua arquitetura, esboçando uma defesa de suas construções e de seu traçado que vem sendo paulatinamente devastado pela especulação imobiliária. Ironiza também as relações sociais estabelecidas e as imagens estereotipadas com o qual Recife é vendida pelo mundo afora.

Filhos de João, Admirável Mundo Novo Baiano_ de Henrique Dantas/ Domingo: 18:10 hs – 09 minutos
Um panorama da música popular brasileira dos anos 60 e 70 através do grupo musical Novos Baianos. Uma retrospectiva do estilo de vida comunitário adotado por seus integrantes e a influência sofrida pelo grupo do cantor João Gilberto.